Você conhece todos os modos de disparo da sua câmera? Saiba para que eles servem e quando você deve usar cada um deles para obter os melhores resultados.
Você comprou uma câmera nova, mas não sabe exatamente como aproveitar melhor os recursos que ela traz? Neste artigo falaremos sobre os modos de disparo existentes na maior parte das máquinas fotográficas, qual é a função de cada um deles e quando é melhor utilizar um ou outro. Sabendo isso, vai ser muito mais fácil para você conseguir melhores resultados, não importando se a sua câmera é compacta ou profissional.
Conceitos básicos
A melhor forma de entender o mecanismo básico de uma câmera é pensar no olho humano como comparação. Seja ela digital ou analógica, alguns conceitos fundamentais podem ser entendidos melhor desta forma.
Por exemplo, se você pensar na íris do seu olho é mais fácil para entender o que é o diafragma da câmera. Ele é o responsável por abrir e fechar a passagem de luz na lente, e pode estar bem aberto ou mais fechado. Veja a imagem para entender melhor:
Quanto mais aberto o obturador estiver, mais luz passa por ele, em menos tempo Essa medida é mostrada em um número desta forma: “f/5.6”, sendo que quanto maior o número, menor a abertura e quanto menor for o número, mais aberto o diafragma se encontra. Se o tamanho desta abertura for muito pequeno, é preciso mais tempo com ele aberto para capturar a quantidade necessária de luz para a fotografia. Esse tempo se chama “exposição”.
Por exemplo, se o obturador estiver quase fechado, é preciso muito mais tempo de exposição para que seja possível ver algo no resultado final. É possível ajustar esse tempo para vários segundos, e em algumas câmeras, até minutos. Essas duas variáveis andam sempre juntas e são inversamente proporcionais: quanto mais aberto o obturador estiver, menos tempo de exposição é preciso. Quanto menos aberto, mais tempo.
Manual x Automático
Existem dois modos principais de ajustes em uma câmera: manual e automático. Se a sua câmera possui um menu circular (como o da imagem a seguir), com os modos de disparo desenhados nela, é fácil saber qual é qual: o manual é geralmente marcado por um “M” e o automático pode ter vários nomes (auto, smart, etc...), e normalmente o seu ícone é verde ou azul, diferente dos outros.
No modo manual, todos os ajustes são feitos pelo fotógrafo, e a câmera apenas obedece ao que foi pedido. É preciso um domínio um pouco maior de fotografia para conseguir bons resultados desta forma, porém com treino e determinação é possível aprender.
Os principais ajustes que precisam ser feitos são a abertura, a velocidade, o foco, o ISO e o balanço de brancos. É claro que existem outros, porém esses são bem importantes, e aprender a controlar cada um deles manualmente é fundamental.
Nem todas as câmeras possuem o modo manual completamente manual. Isto é, algumas compactas permitem que você ajuste ISO, balanço de brancos, área do foco e algumas vezes até a velocidade do disparo, porém outros ajustes são feitos por ela. Outras câmeras oferecem um modo no qual você faz todos os ajustes, menos a abertura e a velocidade. No menu circular, ele é marcado com um “P”.
Já no modo automático, todos os ajustes são feitos pela câmera, que “percebe” o ambiente e faz os cálculos necessários sozinha. Funciona? Sim, funciona, porém não com a mesma precisão do ajuste manual. Isso por que os ajustes que ela faz são programados para uma situação semelhante à que está acontecendo, mas poderiam ser melhorados ainda mais.
Prioridade de abertura e velocidade: modos “semimanuais”
Se você considera muito complicado saber balancear a abertura e a velocidade, existem soluções que podem ser muito úteis, são os modos de prioridade. Isso quer dizer que você ajusta um deles e a câmera ajusta o outro! No menu circular, eles geralmente vêm com as letras “S” e “A”.
A prioridade à abertura é geralmente mostrada por um “A” ou “Av”, e desta forma você ajusta o quanto o obturador se abrirá, e a câmera ajusta o tempo necessário de exposição para que seja possível fotografar com as condições de luz do ambiente. Todas as outras configurações podem ser feitas manualmente.
A abertura do diafragma interfere diretamente na “profundidade de campo” da fotografia. Ou seja, uma abertura pequena, vai resultar em uma profundidade maior, e mais regiões da foto vão estar focadas. Já aberturas maiores, resultam em fotografias com pontos mais específicos de foco, pois a sua profundidade de campo é menor. Veja a diferença:
Use o modo de prioridade de abertura quando você quiser controlar a profundidade de campo, para mostrar detalhes ou a cena toda. Em alguns momentos, será preciso uma velocidade muito pequena, com o tempo de exposição grande demais. Use um tripé, nesses casos, se quiser a foto nítida.
Já no modo de prioridade de velocidade (“S” ou “Tv”), você controla a velocidade e a máquina controla a abertura. Use essa configuração para os momentos em que você precisa capturar movimentos. Por exemplo, para fotografar alguém que esteja correndo, se você usar uma velocidade grande (1/2500), por exemplo, a pessoa ficará completamente nítida. Já uma velocidade menor dará a noção de movimento, com algumas partes borradas.
Fonte das imagens: Dave Herholz (cima) e Martin Pettitt (baixo)
Modos programados: quando usar?
Você já deve ter notado alguns outros modos na sua câmera, marcados por ícones como uma florzinha, duas montanhas, uma pessoa, uma lua, etc... Isso varia de fabricante para fabricante, sendo que existem máquinas com dezenas de ajustes pré-programados, e outras apenas com os mais básicos.
É importante ler o manual da sua máquina para saber exatamente o que cada um faz, porém nós vamos dar uma ajuda e mostrar os principais modos programados (“macro”, “esportes”, “paisagem”, “noturno” e “retrato”) que você pode encontrar na sua câmera, e em quais situações você pode usar cada um deles.
Macro
O “macro”, marcado com o ícone de uma flor, é um dos modos preferidos de quem está começando a fotografar, isso por que o seu efeito é muito bonito visualmente. As fotos no modo “macro” ficam bem nítidas no primeiro plano e borradas ao fundo, o que é perfeito para mostrar detalhes. Os personagens preferidos de quem fotografa assim são as flores e os insetos.
Esse modo prioriza a abertura, fazendo com que a profundidade de campo seja bem pequena, e todo o resto que não seja o objeto principal fique desfocado. Para que os resultados do macro sejam mais visíveis, a sua lente precisa conseguir captar a poucas distâncias, e se você preferir pode usar o zoom.
Fonte da Imagem: Ana Nemes
Se você for fotografar pessoas, priorize outros modos, como o “retrato”, pois esse é especialmente desenvolvido e dá mais resultados quando o objeto focado é pequeno. Porém lembre-se: nada na fotografia é realmente proibido, portanto se você quiser experimentar novos resultados, vá em frente!
Esportes
Fonte da Imagem: Dainis Matsons
Ao contrário do “macro”, o modo “esportes” prioriza a velocidade ao tirar uma foto. Geralmente indicado pelo ícone de uma pessoa correndo, essa configuração da câmera é ótima para quando o objeto está se movendo.
Apesar do nome, não quer dizer que ele seja adequado apenas para fotografar eventos esportivos. Você pode usá-lo, por exemplo, para tirar fotos dos seus filhos. Crianças dificilmente param para serem fotografadas, e com esse modo as chances de conseguir uma foto nítida são maiores.
Fonte da imagem: Will Raleigh
É preciso tomar cuidado apenas com um detalhe: no modo “esportes”, a máquina pode colocar um ISO muito alto, se necessário, e a foto pode ficar mais granulada. Se isso não faz tanta diferença, ou se o ambiente está bem iluminado, pode fotografar assim sem medo!
Paisagem
Fonte da imagem: Ana Nemes
O nome deste modo de disparo diz muito sobre a sua utilidade. Se você deseja fotografar grandes áreas, como paisagens, é esse o modo de disparo ideal! Geralmente o ícone deste modo na máquina são duas montanhas, indicando que o seu objetivo principal é capturar objetos muito grandes.
Pode ser uma vista bonita, um grupo grande de pessoas ou qualquer área aberta que precise estar inteiramente focada. A câmera, neste modo de disparo, faz exatamente o contrário do que acontece no “macro”. Ela ajusta a abertura do obturador de forma a deixar a profundidade de campo bastante grande, e focar a maior área possível na fotografia.
Por usar uma abertura muito pequena, em alguns ambientes pode ser preciso usar um tripé, pois a velocidade de disparo será muito pequena, resultando em mais tempo de exposição. Tome cuidado também com o ISO, se o ambiente estiver muito escuro, a foto pode ficar granulada.
Noturno
Fonte da imagem: Ana Nemes
Muitas pessoas reclamam que, quando fotografam no modo “noturno” (mostrado com o ícone de uma lua), a imagem sempre treme. Isso acontece, pois nesse tipo de disparo a câmera vai ajustar uma exposição maior, e se a máquina não for apoiada em algum lugar, é bem provável que a foto fique mesmo tremida. Portanto, ao fotografar no modo “noturno”, procure sempre usar um tripé ou apoio.
Uma alternativa usada por muitas câmeras é usar sempre o flash. Não é uma regra, porém é bastante comum. Dessa forma, o tempo de exposição pode ser menor e a cena é retratada sem borrões. Porém, tome cuidado: o flash pode realçar imperfeições da pele, ou deixar a foto “chapada”, isto é, sem profundidade.
Outro problema de se usar o flash é que ele ilumina o que está mais perto da máquina, portanto, para grandes distâncias o efeito pode ser o contrário do desejado, deixando o fundo escuro demais. Paisagens fotografadas no modo “noturno” com flash dificilmente vão ficar boas. Para esses casos, use o modo “paisagem” com a máquina apoiada em um tripé.
Retrato
Fonte da imagem: Ana Nemes
O modo “retrato”, indicado pelo ícone de uma pessoa, é bem parecido com o “macro”, porém a sua profundidade de campo é um pouco maior. Ele permite fotografar pessoas, ou objetos maiores, focando-as completamente e desfocando levemente o fundo. No modo “macro”, o nariz e os olhos poderiam ficar focados, mas as bordas do cabelo já estariam fora do foco.
Apesar do nome, e do ícone, esse modo não é aconselhado apenas para retratos de pessoas, podendo ser usado quando o objeto a ser fotografado é grande demais para o “macro”, porém a intenção é destaca-lo, deixando o fundo desfocado
Leia mais em: http://www.tecmundo.com.br/8258-fotografia-modos-de-disparo.htm#ixzz1YnOCdHAN
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